Caminhar diminui a predisposição genética para a obesidade

19-04-2012 23:57

Estudo da Harvard School of Public Health

 Passar muitas horas à frente da televisão pode agravar a tendência genética para a obesidade, embora esse efeito possa ser reduzido para metade através de uma caminhada vigorosa de meia hora por dia, sugere um estudo da Harvard School of Public Health. “Enquanto que estudos anteriores se debruçaram em como a atividade física afetava a predisposição genética para a obesidade, este é o primeiro estudo que analisa o efeito direto do comportamento sedentário no índice de massa corporal (IMC), nos indivíduos com predisposição genética para a obesidade”, revelou em comunicado de imprensa o autor do estudo, Qibin Qi.

 Para este estudo os investigadores contaram com a participação de 7.740 mulheres e 4.564 homens, os quais fornecerem informações sobre a prática de atividade física e visualização de televisão, dois anos antes de analisarem o seu IMC. Os investigadores calcularam a predisposição genética para a obesidade tendo por base 32 genes conhecidos por aumentar o IMC. O estudo apurou que cada um dos genes estava associado com um aumento de cerca de 0,13 kg/m2 do índice de massa corporal. Contudo, esse efeito era menor para as pessoas que tinham níveis mais elevados de atividade física. Adicionalmente foi também constatado que, o efeito genético no IMC foi mais pronunciado nos indivíduos que passavam cerca de 40 horas, por semana, a ver televisão do que para aqueles que despendiam apenas uma hora ou menos por semana. Os investigadores verificaram que caminhar uma hora por dia, de forma vigorosa, estava associada com uma redução de 0,06 kg/m2 do efeito genético no índice de massa corporal e que cada duas horas a mais a ver televisão estava associada com um aumento de 0,03 kg/m2 do efeito genético no IMC.

 Os autores do estudo concluem assim que um maior atividade física atenua a predisposição genética para o aumento do IMC, enquanto que uma vida sedentária acentua os efeitos genéticos no IMC. Os resultados sugerem que tanto o aumento da atividade física como a diminuição dos comportamentos sedentários podem influenciar a predisposição genética para a diminuição do IMC.